O Brasil atingiu a marca de um milhão de mulheres que investem na bolsa de valores este ano. O número revela um crescimento expressivo da participação feminina no mercado de capitais. Em dois anos, a presença delas mais do que dobrou nesse ambiente. Em 2019, o total de investidoras no país era de 388 mil, o que corresponde a um salto de 157%.
Apesar da marca histórica, ainda há muito espaço a ser conquistado, tendo em vista que elas são minoria, representando 27,3% dos investidores da B3, e movimentam um volume financeiro menor em comparação com os homens, uma cifra de R$ 104,4 bilhões ante R$ 400,67 bilhões do público masculino.
As mulheres com idade entre 26 e 35 anos são maioria entre as investidoras (32,2%), seguidas pela faixa etária de 36 a 45 anos (26,4%). A participação daquelas com até 25 anos é igual à daquelas que têm entre 56 e 65 anos, cada grupo corresponde a cerca de 20%.
A sócia e gerente comercial da Genial Investimentos, Caroline Rosa, acredita que o aumento da participação feminina na B3 mostra uma quebra de barreiras culturais. “A mulher pode ter uma conta no banco há 50 anos. Elas seguem ganhando menos do que os homens e fazem trabalhos não remunerados, como as tarefas de casa e os cuidados com os filhos”, pontuou durante live realizada pela empresa que teve como tema a presença das mulheres no mercado de capitais.
De acordo com Caroline, a carteira de clientes da empresa segue o panorama da B3. “Mais de 25% da nossa base é composta por mulheres”, afirmou. Sobre o perfil das investidoras, a informação é de que a maioria (60%) se diz arrojada. “ Esse tabu de que mulheres não gostam de investir em renda variável não é verdade.”
O cenário mostra-se favorável ao crescimento da participação feminina no mercado de capitais. Apesar do aumento, em junho, da taxa Selic pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, fixada em 4,25%, ela segue em patamares mais atrativos aos investimentos de renda variável.
No caso da Bolsa de Valores, as ações que distribuem bons dividendos seguem superando a taxa Selic. Especialistas indicam que bancos, seguradoras, papéis do varejo e construção civil podem ser uma boa oportunidade para o momento.
Investir na bolsa de valores é uma prática simples, mas exige conhecimento sobre o mercado de capitais. Por ser uma modalidade de renda variável, possibilita um lucro mais alto, mas os riscos também são maiores.
Antes de começar, recomenda-se, primeiramente, identificar o perfil do investidor e seus objetivos ao investir. Para os iniciantes, a orientação é optar por investimentos a longo prazo escolhidos a partir de uma análise fundamentalista, que mostre a saúde financeira da empresa.
Já os mais experientes podem optar por uma alternativa mais arrojada, de curto prazo, como o day trade, que consiste na compra e venda de ações de uma empresa no mesmo dia. A estratégia é mais arriscada, mas pode ser bem lucrativa.
Para começar a investir na bolsa de valores, o investidor deve ter uma conta em uma instituição autorizada, o que pode ser feito pela internet, por meio de uma plataforma de investimentos .
Após a abertura da conta, é feita a transferência do dinheiro que será utilizado para as transações. O acompanhamento das cotações, a variação de preços e a missão de ordens são feitos através do sistema home broker.